2009-02-04

Quem pegou?



Acabara de escrever um significativo trabalho de três folhas (em conteúdo, não extensão) e, quase que instintivamente, decidi que as folhas seriam grampeadas.
Como não tinha muito tempo (sim estava com o prazo já esgotado) abri a gaveta para pegar o equipamento que realizaria a “segura união” daquelas folhas.

Fiquei surpreso (quase irritado) quando percebi que o grampeador não estava onde tinha deixado pela última vez. No lugar do grampeador.

Imediatamente lembrei que, como sou prevenido, tinha uma caixa com grampos e iniciei uma cruzada em busca da mesma.

Ao encontrá-la tive uma sensação quase que de alívio (acabou o problema), mas isso durou apenas até eu abrir a caixa e constatar que estava vazia.

Consegue imaginar como me senti?

O interessante foi o que percebi depois disso.
Uma lição simples, mas que faz diferença.

Qual é o lugar das coisas?

O lugar das coisas é perto de onde (lugar) e quando (freqüência) são utilizadas.

O grampeador e a caixa de grampos estavam vazios porque eu não os utilizava há um ano e meio. Isso mesmo 18 meses.

Como fazia tempo que não utilizava a bendito “equipamento de precisão”, não me preocupara com o lugar onde estava, nem se estava abastecido com o item metálico que une as folhas.

Acredito que os bens de uso servem para isso mesmo, e não para serem de alguém (posse e/ou propriedade).

Depois de 18 meses seria um tanto egoísta “reivindicar” que qualquer item de utilidade estivesse no lugar que eu “imaginasse”, e pronto para uso.

Lembrei de como faço para preparar o que vou comer (almoço, jantar, lanche). Os itens que deixo de procurar junto com os alimentos são os que utilizo com frequência. Estão na cozinha (panelas, talheres, pratos).

Quando mais essencial a necessidade, mais simples e compreensível é a solução.
Difícil aceitar grampeador fora do lugar e caixa sem grampos,
Também é difícil esquecer-se de comprar o tempero preferido para o almoço, e de antes verificar se a cozinha está em condições para o preparo do mesmo.

A necessidade de almoçar é bem mais essencial do que a de unir três folhas (e nem se sabe se é “para sempre”). Simplificar contribui muito para a solução, o problema é que simples não é e nunca será sinônimo de fácil.

Hoje procuro organizar os utensílios próximos de onde e quando serão utilizados.
Se não utilizo por algum tempo, pode ser o momento de repensar sua utilidade para mim. Nesse caso entrego a alguém que faça melhor uso. Afinal, foram inventados com essa finalidade.

Dessa forma não existe desgaste, e minhas necessidades são atendidas, sem falar que não fico preguiçoso.

A propósito, o problema das folhas foi resolvido com a utilização de um clipe de papel.
O mesmo preenchia os dois requisitos mencionados.
A única certeza é de que a união não foi “para sempre”.

E você?
Acredita que as coisas devem estar no lugar que você determinou?
Já se desgastou devido a isso?

Como viu já fui assim. Aprendi a ser diferente faz pouco tempo.

Estaria disposto (a) a rever este conceito?

Um abraço.


7 comentários:

Andréia Silva disse...

Adorei esse sentido sobre as coisas que estão (ou não) no lugar...
Ainda me zango quando algo fica fora do lugar! Preciso rever...

Unknown disse...

Absolutamente impagável! Muito bom!
Parabéns!

Jaime Guimarães disse...

Gostei muito deste texto."Quando mais essencial a necessidade, mais simples e compreensível é a solução".

Eu tenho buscado isso com freqüência ( não acostumo sem o trema!), buscado simplificar as coisas e torná-las práticas - menos é mais, neste caso.

É uma meta que persigo há algum tempo e espero conseguir. Tem muita coisa ocupando um espaço que deveria ser ocupado por coisas mais úteis - e não falo apenas de "materiais".

abs e parabéns pela serenidade que passa em seu texto!

http://grooeland.blogspot.com

Anônimo disse...

é como perder o controle da TV, por algum tempo e não conseguir mudar de canal NUNCA MAIS. Um dia desses meu celular SUMIU em casa. liguei pra ele e lembrei que estava no modo silencioso. Iae? achei a noite, no vão do sofá.

João Bertonie disse...

Adorei o texto, ok.

"O lugar das coisas é perto de onde (lugar) e quando (freqüência) são utilizadas."

É incrível como de cada pequena coisa da vida, podemos tirar uma lição (valiosa, ou não).

Gleise Erika Cavalli disse...

Eu vivia perdendo minhas coisas por falta de uso! Um dia parei pra pensar sobre isso também! Agora guardo e procuro usar tudo o q é meu na medida do possível, se algo não serve mais pra mim, eu faço uma doação, jogo fora ...
O q ñ dá, é pra ficar perdida!

Edson Nunes / disse...

Uma boa leitura, música e uma brisa do mar são fatores magnícos, ainda bem que você os possuem. Espero manter a comunicação entre os blogs, abraços!